TENENTE CORONEL RICHARD E CAPITÃO SANTOS - 13º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR - Papo Policial Podcast #01

Episode 1 October 22, 2024 00:32:23
TENENTE CORONEL RICHARD E CAPITÃO SANTOS - 13º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR - Papo Policial Podcast #01
Papo Policial
TENENTE CORONEL RICHARD E CAPITÃO SANTOS - 13º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR - Papo Policial Podcast #01

Oct 22 2024 | 00:32:23

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Show Notes

Marcelo Bonholi, jornalista do Portal Morada, entrevista o Tenente Coronel PM Richard e o Capitão PM Santos, ambos do 13º Batalhão de Polícia.

Fatos policiais, os bastidores da polícia, os detalhes por trás das investigações, as ações da polícia de combate ao crime, dicas de segurança. Tudo isso, você confere no Papo Policial, o podcast do mundo policial de Araraquara e região.

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Episode Transcript

[00:00:02] Speaker A: Fatos policiais, os bastidores da polícia, os detalhes por trás das investigações. Papo Policial! [00:00:13] Speaker B: Olá pessoal, nós estamos aqui para o primeiro podcast Papo de Polícia. Nós estamos aqui com o Capitão PM Santos e com o Coronel PM Richard, Tenente Coronel, que comanda o 13º Batalhão de Polícia Militar do interior aqui de Anaraquara, que faz parte do CPI-3, do Comando de Policiamento de Área 3, que tem várias cidades, é uma região bem grande, vem lá de Batatais, Franca, até aqui... Boa Esperança do Sul e várias cidades da nossa região. Nós vamos falar sobre situações de ocorrências que aconteceram de vulto nessa semana e também dicas de segurança e o que é que a polícia está fazendo em várias situações como, por exemplo, a gente já sabe da abertura aí do pelotão de trânsito, por exemplo, que vem trazendo bons resultados no trânsito aqui de Araraquara com motociclistas barulhentos. Nós estamos, portanto, com o Coronel Richard. Coronel, se você pudesse se apresentar para o nosso público. [00:01:08] Speaker C: Olá, Marcelo. É um prazer estar aqui. Fico muito feliz. Estou lisonjeado de você ter convidado para o primeiro programa. Então estamos à disposição para a gente fazer um bate-papo legal. Você pediu para a gente se apresentar, como você falou, Tenente Coronel Richard. Estou na polícia, faço agora no final do ano, 30 anos de carreira na polícia militar. Estamos comandando o 13º Batalhão, que compreende a região de Araraquara e as demais cidades da região, de forma titular desde junho agora, de 2024. Estamos iniciando um trabalho aí, tentando trazer algumas ideias pra que a gente possa tá melhorando a vida das pessoas. [00:01:56] Speaker B: E a gente tá também com o Capitão Santos. Capitão, o senhor é da SJD. Explica o que é SJD, que o povo não sabe. Fala da carreira do senhor e o que significa SJD dentro da Polícia Militar, porque o pessoal não faz ideia do que significa. [00:02:07] Speaker D: Boa tarde, então, Marcelo e a todos que acompanham o programa. É um prazer também estar aqui. Então, Capitão Santos, já há 23 anos na instituição. Dentro da Polícia Militar, atualmente eu estou atuando na SJD, Sessão de Justiça e Disciplina. Todo batalhão ele tem essa sessão, que é responsável pela parte correcional, para avaliar, para apurar se os atos que os policiais militares atuaram, as ocorrências, se porventura teve algum tipo de reclamação. Somos responsáveis por toda parte de inquérito policial militar, em que existam policiais militares envolvidos, os possíveis autores relacionados a crime policial militar, também a parte de sindicância, danos, patrimônio e tudo mais, a questão relacionada à disciplina do policial militar também, ou algumas outras ações que porventura possam aportar, nós assessoramos diretamente com o comandante de batalhão, também a questão de investigação preliminar, tudo que estiver relacionado a essa parte judiciária em relação aos policiais militares, a gente acaba atuando. [00:03:22] Speaker C: E é legal, se me permite só um complemento, o Capitão Santos tem uma experiência muito grande também como comandante de companhia, que é a função que realmente executa o policiamento preventivo, ostensivo na rua, e uma experiência muito grande também como chefe da agência de inteligência. que é o nosso P2, algumas pessoas conhecem assim, então ele tem uma vivência legal, até por isso que eu o convidei pra cá, que também pode agregar no nosso bate-papo aí. [00:03:49] Speaker B: Coronel, a gente teve recentemente duas ocorrências que chamaram muita atenção do pessoal. Tivemos ali, em Boa Esperança do Sul, aquela ocorrência trágica, onde um rapaz acabou executando a própria irmã, a esposa, que estaria grávida, e depois se matou na rodovia. Nesse caso eu não sei o que a polícia poderia fazer pra tentar resolver a situação, não sei nem se a moça tinha algum histórico de violência já na residência. E a gente teve também uma ocorrência que abalou a região toda na verdade, que foi inclusive o batalhão daqui teve que enviar viaturas, o senhor vai explicar melhor se possível sobre isso. e também os batalhões da região. Nós tivemos a morte de um policial, três bandidos tombaram e um civil que ficou gravemente ferido e foi socorrido por HM lá. HM não, HM é hospital militar, né? Por HC de Ribeirão Preto. Dessa ocorrência de boa esperança do Sul, O que a polícia poderia ter feito? O que é possível a polícia fazer, a polícia militar, no caso de uma situação como essa? Porque ali, pelo que a gente apurou, eles estavam numa praça tomando cerveja, foram pra casa e essa tragédia aconteceu. Nem os vizinhos tinham noção da possibilidade disso, porque era um rapaz a princípio tranquilo, mas muito ciumento. O que a Polícia Militar poderia fazer num caso desse? E em casos de violência contra a mulher, o que a Polícia Militar especificamente faz? Como ela atua? Como ela pode defender uma mulher? A Lei Maria da Penha é apenas uma lei, é claro, mas a medida protetiva se torna um papel. O cara consegue entrar na casa se ele tiver vontade de matar a mulher. Mas o que a Polícia faz preventivamente para que isso não aconteça? [00:05:31] Speaker C: Legal, Marcelo. Boa pergunta. A polícia militar atua, principalmente, eu consigo ter um controle maior, uma efetividade maior nos crimes que nós chamamos ou apelidamos de crimes de rua, que são os crimes que ocorrem na rua. Exemplo, um roubo, um furto. Esse nós conseguimos ter uma incidência, um controle maior. Os crimes que ocorrem no interior da residência, como, por exemplo, a maioria, talvez a esmagadora maioria dos nossos homicídios. É difícil uma ação preventiva, de modo que a gente consiga evitar esse crime. Até porque quem quer fazer um ato desse, se ele não consegue fazer hoje, ele pode fazer amanhã e fica difícil. Nós não temos o poder da unipresença. Mas é interessante que tem medidas. [00:06:30] Speaker B: Que. [00:06:30] Speaker C: Podem mitigar esse tipo de delito. Então a gente desenvolve uma das atividades que nós desenvolvemos aqui na área do décimo terceiro, por exemplo, é a visita, a gente chama de Patrulha Maria da Penha. Toda vez que nós registramos um boletim de ocorrência que a mulher relata uma agressão ou uma ameaça, uma das perguntas que é feita pra ela é se ela deseja receber a viatura, a visita de viatura nos dias seguintes. As mulheres que assim o fazem, recebem uma visita de equipes policiais nossas. [00:07:06] Speaker B: Ela pode negar, então. Ela pode simplesmente dizer que não quer. [00:07:08] Speaker C: Ela pode porque envolve vários fatores, né? Envolve intimidade, envolve uma série de questões aí, que é um tema até legal de se trabalhar. Talvez dê um podcast inteiro só pra falar de crimes voltados à violência doméstica. Então, assim, existe essa patrulha. Além disso, existe a fiscalização das medidas cautelares, das medidas de afastamento do lar. A gente também tem um controle, dá pra fazer esse tipo de prevenção. Então, existe essa possibilidade. Mas, como eu disse, é um crime de difícil prevenção. Nesse caso de Boa Esperança mesmo, que houve recentemente, Pelas primeiras informações que nós recebemos, não havia antecedentes de violência doméstica ali. Infelizmente, um crime chocante, um duplo homicídio. seguido provavelmente, tudo tá caminhando pra um suicídio, depois na rodovia aí, onde o autor praticamente se lança contra um caminhão, na frente de um caminhão na rodovia, que inclusive envolve aí um terceiro que não tinha nada a ver, que pode ser que fique traumatizado e tenha problemas, né? Mas... É um crime que nos preocupa bastante e a gente tá sempre buscando alternativas, pensando, pensar fora da caixinha pra buscar soluções. E é bom lembrar também que existe toda uma rede. Existe toda uma rede junto ao Poder Judiciário, junto ao Ministério Público, junto à Polícia Civil. Então, como eu disse, é um assunto que dá pra conversar bastante sobre ele aí. [00:08:48] Speaker D: Se me permite, né? Não tem o número exato agora, mas não são poucas. Você falou que a Lei Maria da Penha acaba sendo um papel, uma ficção e, na realidade, o que a gente acaba fazendo de fato. quando são decretadas medidas protetivas, a efetividade do patrulhamento é que garante que o descumprimento delas sejam evitadas com a prisão. Então são muitas vezes, por exemplo, a aproximação de tantos metros da residência, isso acontece, às vezes a pessoa liga o 9-0, a gente vai lá e efetua a prisão. Então isso acaba sendo efetivo, ainda que nós não consigamos entrar naquele lar, mas naquele momento em que a medida é descumprida, aí sim existe a efetividade. E eu não sei se você já ia falar sobre isso ou se o comandante iria comentar, mas sobre essa questão do Projeto Vida, por exemplo, voltada para a questão Maria da Penha, Além de todas as medidas que são fiscalizadas, o Projeto Vida é um programa que foi, alguns anos atrás, iniciado inclusive aqui na nossa área. [00:09:48] Speaker B: O que significa o Projeto Vida? [00:09:50] Speaker D: O Projeto Vida é, digamos assim, um programa integrado entre o Poder Judiciário, a Polícia Militar no caso, onde dados de interesse de segurança são lançados lá como, por exemplo, medidas protetivas. Como é o assunto que a gente está falando agora. Uma medida protetiva é lançada por um fórum, por exemplo. Olha, essa pessoa não pode se aproximar a tantos metros dessa residência. Não que a gente consiga monitorar em tempo real, mas o policial, durante o patrulhamento, ele consegue verificar que onde ele está patrulhando naquele momento existe uma mulher sobre quem recai uma medida protetiva. [00:10:29] Speaker B: Ah, entendi. [00:10:30] Speaker C: Está começando e é bem legal. [00:10:32] Speaker B: É esse aplicativo que a mulher tem também no celular, que ela aperta o botão de emergência? [00:10:38] Speaker C: Não. [00:10:39] Speaker D: Há a possibilidade deles se integrarem no futuro, mas atualmente essa interface está disponível só para o policial militar na viatura. Então, a saída temporária, a gente consegue fiscalizar a saída temporária por esse mesmo aplicativo. Então, é uma integração que faz com que esses dados saiam desse papel e venham para a realidade, efetivamente no patrulhamento. [00:11:01] Speaker B: Então, o policial dentro da viatura, no computador dele de bordo... O tablet, ele te fala... Na rua de trás, aqui tem uma mulher com medida protetiva. Então, se ele der uma volta no quarteirão, ele vai passar na frente e fazer um patrulhamento. [00:11:12] Speaker C: Só complementando, o Projeto Vida hoje está bastante evoluído, já mais maduro, nas questões das fiscalizações das medidas cautelares dos sentenciados. Então, um infrator, um sentenciado que está cumprido pena pela lei de execuções penais, ele tem direito a um benefício. regime aberto, por exemplo, da prisão domiciliar. Hoje nós conseguimos fiscalizar se ele está cumprindo os requisitos dessa prisão domiciliar. Horário para estar em casa, proibição de frequentar locais incompatíveis, como a boca de tráfego... [00:11:48] Speaker B: Isso interliga com a tornozeleira? [00:11:51] Speaker C: Isso já está bem maduro, sim. Sim, hoje a gente consegue, a gente atende os chamados de ruptura de tornozeleira. Inclusive, tivemos uma captura... Semana passada, né? recentemente. Então o Projeto Vida nesse aspecto está bem avançado. E o próximo passo, e se Deus quiser vai vingar porque é muito interessante, é inserir neles os dados das medidas protetivas da Lei Maria da Penha. que vai ser mais uma ferramenta para que a gente possa... É o uso da tecnologia, né? A tecnologia veio em termos de segurança. [00:12:24] Speaker B: Pública... E essa é uma questão interessante, porque, por exemplo, vocês estão falando que já existe um sistema, né? A gente fala... A maioria das vezes que a gente pega boletim de ocorrência que envolve violência doméstica, a gente observa que a pessoa tem uma medida protetiva, que a pessoa foi até lá, que nem recentemente, acho que foi... Aqui em Araraquara. O rapaz arrombou o portão de madrugada, arrombou a porta da sala, entrou na casa da mulher, tava dormindo, tomou a criança de um ano de idade e saiu pra fora. Ele queria fugir com a criança. Ele foi detido por vizinhos. Então assim, é uma ocorrência que chama atenção porque o cara, se a intenção dele fosse matar a esposa e a criança, ele teria conseguido, porque ele se aproximou dali e com tanta tecnologia, não seria interessante, isso já é pensado pelo estado, eu sei que talvez vocês não possam responder essa pergunta, porque vocês são da execução, da proteção direta, Mas com tanta tecnologia, não seria interessante talvez uma tornozela eletrônica, alguma coisa do gênero, que essa pessoa não possa, durante a medida protetiva, se aproximar. Porque se ela se aproximar, a polícia já vai saber, antes mesmo da mulher saber. Ou ela ter em algum lugar no celular dela que dispare, ele está se aproximando, para ela se preparar e se proteger. É uma questão tecnológica que talvez possa resolver. E aquele aplicativo, eu não sei se chegou a ser implementado, que ela teria no celular para chamar. [00:13:45] Speaker C: O SOS Mulher, sim. [00:13:46] Speaker B: Esse opera ainda. [00:13:48] Speaker C: Quando a mulher recebe por via judicial a medida protetiva, ela automaticamente ganha o direito de se inscrever, vamos dizer assim, e estar inserida no programa SOS Mulher, que funciona também. Posso citar até um caso recente que mostra até de uma forma que funciona. se assim a gente pode dizer. Tivemos um caso recente, estou até com o boletim de ocorrência aqui, onde um indivíduo com medida protetiva descumpriu a medida protetiva, invadiu a casa da ex-mulher, a filha, inclusive jovem, criança passando por isso, mas conseguiu pedir ajuda, A viatura chegou, abordou o indivíduo saindo da residência, ali na frente da residência. Essa ocorrência conduzida culminou com a prisão do cidadão. Ele foi preso por descumprir a medida protetiva. Então, estamos aqui no caso de Araraquara, ocorrido recentemente. Aqui não está constando o bairro, consta como bairro rural. Mas é na... Ponto de referência aqui, bairro Laura Molina. Então é um caso que mostra que é efetivo. Então a gente aproveita aqui a audiência. para que as mulheres façam cumprir. [00:15:20] Speaker B: Ligue o 90. o negócio deixou de ser simplesmente o tráfico de drogas e passou para um negócio brutal mesmo. De repente, a gente tem aí, em um duvido, que o crime organizado infiltrado no judiciário, no legislativo, no executivo, de cidades e por aí vai. Eu sei que isso é um fato que o senhor não pode confirmar, é uma observação minha, mas como o coronel perguntou, o que o senhor pode dizer sobre o crime organizado e a atuação dele na nossa região? [00:15:58] Speaker D: Sim. Só um adendo, se eu puder fazer um complemento que é interessante, quando o coronel faz a referência sobre a troca de tiro, confronto propriamente dito, é sempre bom deixar claro, levantar essa questão, porque cada tiro que o policial militar dispara durante esse confronto, ele tem que ter um destino calculado. Ele tem que se preocupar com o resultado, além de cessar a agressão daquele criminoso. Não existe paridade nesse sentido, porque o criminoso é como se ele jogasse isso sem regras. E mesmo assim, ainda conseguiu, nesse contexto, evitar o roubo, mesmo com essa disparidade de circunstâncias. Em relação à pergunta que você fez... [00:16:45] Speaker C: Graças à técnica, A técnica. Graças à técnica, o treinamento e os equipamentos. [00:16:53] Speaker B: Isso é uma coisa que eu não tinha pensado, porque se você observar, por exemplo, uma .50, o alcance dela é monstruoso. E o estrago é monstruoso, porque se derruba avião, você imagina isso num carro, num carro de família, atravessa o carro de fora a fora. É o que vocês disseram, eu não tinha pensado nisso. Um tiro disparado por um policial de uma arma dessa, A causa disso, onde isso vai parar, essa munição vai parar, é uma preocupação lógica. Já Pokémon organizado é dane-se, ele dá o tiro e quem tiver na frente exploda. [00:17:23] Speaker D: Por que o Estado não pode adquirir essa arma? Não é viável nesse sentido, a gente tem que calcular os danos que uma arma dessas poderia causar, além desse confronto imediato. [00:17:31] Speaker B: Até o 762, usada exclusivamente em confrontos mais graves. [00:17:35] Speaker D: Exatamente. Quanto à segunda questão do crime organizado, o nosso secretário de segurança pública sempre cita, a gente trabalha com uma teoria do crime, uma equação basicamente que considera custos e benefícios. Quando qualquer organização criminosa ou qualquer criminoso, ele vai calcular qual tipo de delito que ele vai cometer, Ele calcula os riscos e não é diferente com o crime organizado. Você pode observar, como a gente está falando de crimes ultra violentos, diretamente relacionados à questão patrimonial, a gente percebe que o crime organizado vai migrando. Ainda que sobre essa questão patrimonial, a hora ele está no caixa eletrônico. Antigamente, a gente tinha muita agência bancária durante o horário de expediente. A hora ele migra novamente para o carro forte. E vai alternando entre áreas e por aí vai. Então ele está sempre verificando. Onde eu vou conseguir mais dinheiro com menos esforço e com menos risco? Por isso que a gente vai observando essa alteração de procedimento, essa alteração de local. E nós, tanto a questão da inteligência da polícia, a questão operacional, a gente vai se adequando a esse compasso. [00:18:56] Speaker B: Para compreender o que os caras estão pensando. [00:18:59] Speaker D: Qual que é agora? Já aconteceu, por exemplo, a bola da vez era o caixa eletrônico. Então, o que a gente pode fazer como instituição, como Estado, para diminuir, já que a gente não consegue diminuir diretamente o custo, que isso envolve inclusive a questão legislativa, como a gente pode alterar no benefício? Vamos fazer uma reunião com os bancos para tentar diminuir a quantidade de dinheiro no caixa eletrônico?". [00:19:23] Speaker C: Que foi feito, inclusive, todas essas tratativas foram feitas. [00:19:26] Speaker D: Vamos fazer com que essa modalidade esteja menos rentável. Aí o cara vai lá, ele faz um investimento tremendo em armas e tudo mais. Ele vai lá, pô, não consegui nada. Ele fala, puta, eu vou ter que migrar. Poxa vida, eu vou ter que migrar". Então, ele começa a estudar. A gente consegue observar, olha, eles estão migrando para cá, o que já dá para a gente fazer? Então, a instituição, o Estado está sempre para e passo com essas alterações, observando para que de forma inteligente e às vezes até de maneira antecipada consiga atuar. Pra evitar isso aí. [00:19:58] Speaker B: O pessoal pergunta muito, a polícia age na hora e tal. E aí a gente observa o que o senhor falou, que é uma questão interessante, importante, porque a gente observa que realmente existe um sistema de inteligência. É que infelizmente não há como prever tudo. Mas existe ali um sistema de inteligência. Por exemplo, eu imaginei que em um acordo, uma conversa sobre roubar bancos da polícia militar, vocês chegariam a um acordo com as agências bancárias de deixar menos dinheiro no caixa eletrônico, tornando o crime de roubo a caixa eletrônico desinteressante pro crime organizado. [00:20:28] Speaker D: São sugestões, né? A gente observa o quadro e fala assim... Onde que a gente pode atuar? Onde está o nosso alcance? Ainda que seja uma sugestão para fazer com que o custo seja menor, com que o benefício seja menor. A gente atua principalmente na dissuasão, aumentando a probabilidade de ele ser pego. Porque, ao fim das contas, nessa equação, que a gente não tem tempo para entrar agora, mas ao fim das contas, o que vai realmente dissuadir é a probabilidade de ele ser pego. É o nosso patrulhamento preventivo, são as operações. [00:20:58] Speaker C: E é legal, vocês tocaram numa tecla que é bem interessante, o Santos citou isso aí, o crime organizado, Marcelo, ele é uma atividade econômica. [00:21:10] Speaker B: Simples assim. [00:21:12] Speaker C: Inclusive nós temos até um livro de um, se não me engano foi na década de 80, tem um escritor que ganhou um prêmio Nobel, onde ele fala dessa teoria econômica do crime. Não vou lembrar o nome agora do autor. E tudo está ligado, como o Santos falou, ao custo-benefício. É o custo-benefício. Se está valendo a pena correr esse risco para oferir esse... Como você disse, o crime organizado, por ser uma atividade econômica, no fim das contas, está colocando seus tentáculos em vários aspectos da sociedade. em várias atividades. Me permita fazer um registro aqui por justiça. Nós nunca enfrentamos um crime organizado igual está se observando atualmente. Então há que se fazer um registro aí acerca do governador Tarcísio, do nosso secretário Derritte, através da Polícia Militar, da Polícia Civil, uma parceria com o Ministério Público, com o Poder Judiciário. Isso aqui a gente também daria um podcast talvez só para falar disso aí. Não sei nem se eu seria a pessoa adequada para falar disso, mas se eu teria legitimidade para falar disso, mas acho que merece o registro que nunca se enfrentou tanto o crime organizado como nos últimos meses. como nos últimos dois anos. Na verdade, hoje a gente observa uma ação organizada por parte do Estado, corajosa, de enfrentamento, basicamente em três eixos. É o eixo da busca e captura das lideranças, onde a polícia militar tem um fator importante nesse eixo, um ataque à logística, ataque à logística, principalmente nos portos, e um terceiro eixo no combate à lavagem de dinheiro. [00:23:10] Speaker B: Eu fico muito feliz ouvindo isso porque você... [00:23:12] Speaker C: Não, mas eu estou até falando porque é público. A gente pode observar aí as notícias, todo mundo pode procurar aí. Recentemente teve uma apreensão de 200 milhões, uma arrecadação, uma apreensão de 200 milhões de reais do crime organizado, apreensões enormes do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar no Porto de Santos, de pasta base de cocaína. [00:23:38] Speaker B: O desmantelamento daquelas empresas de São Paulo que estão ligadas. [00:23:41] Speaker C: Recentemente, aquela questão do transporte público. Então, merece esse registro e vai surtir efeito. Não há fórmula mágica, não é fácil, mas a coragem de se enfrentar e as medidas práticas de se enfrentar Isso. [00:23:59] Speaker B: Vem numa atuação clara desse governador agora, do Tarciso. A gente observa que... A gente sabe, né? É claro que é uma observação minha, não quero nem que vocês respondam, que teve governador que fez tratos com o crime organizado, né? Então aí já fica mais complicada a situação para o combate ao crime. A gente observa um combatendo de verdade frontalmente, o outro tentando negociar pra evitar mais problemas na época dos ataques do PCC em São Paulo. [00:24:27] Speaker C: O importante é que começou. [00:24:28] Speaker D: E não pode recuar. [00:24:30] Speaker B: Não, o recuo mostra fraqueza agora. [00:24:33] Speaker D: Isso, porque quanto mais conseguir afetar essa questão financeira, menos poder de investimento em outras modalidades ou outras formas de lavar dinheiro eles vão ter. Então tem que ser uma coisa constante, desde a linha de frente ali, operações, essa busca, o tal do follow the money, essa busca de onde está acontecendo. [00:24:52] Speaker B: O dinheiro está indo o caminho do dinheiro. [00:24:53] Speaker D: Exatamente. Então o governo tem essa predisposição, a instituição também está disposta a seguir nesse mesmo caminho e se quiser vai dar tudo certo. [00:25:04] Speaker C: Só complementando, você mesmo já deixou o assunto engatilhado aí, em decorrência desse ataque ao carro forte, na rodovia, dois dias depois, continuando na busca, nas inteligências pelos infratores, houve um novo confronto e onde, infelizmente, um dos nossos heróis, né, o Sargento Márcio. Aí esse sim já do BAEP, que fica sediado em Ribeirão Preto. Depois a gente pode até falar um pouquinho de como funciona a estrutura hoje aqui da nossa região, dos batalhões, do... [00:25:44] Speaker B: Oportunidades não faltaram. [00:25:46] Speaker C: ...Do BAEP. Numa ação ali pra tentar prender esses infratores que ocupavam dois veículos. muito provavelmente em fuga, até indica ali que poderiam estar tentando deixar o estado, alguma coisa nesse sentido, mas houve o confronto que culminou com a morte de três infratores, e do nosso sargento Marcio. Com os infratores foi apreendido Farta, munição, 3 fuzis calibre 7.62 e o fuzil calibre .50, além de outros equipamentos ali e eles estavam, interessante citar, que os criminosos estavam todos aparamentados. [00:26:35] Speaker B: É, colete com cerâmico. [00:26:37] Speaker C: Capacete balístico, colete balístico. Roupa típica de combate, coturno. Estavam preparados mesmo. Estavam preparados para tudo aí. Mas é lógico que o resultado pra gente com a perda de um colega de profissão, pra gente já não... não há nada que você possa fazer que vá reparar isso aí. Mas as buscas continuam, como eu disse, no momento que nós estamos gravando aqui, a gente sabe que vai ter pessoas que vão acabar assistindo o vídeo, espero que assistam, né? Espero que dê audiência e desejo todo sucesso pra você. [00:27:15] Speaker B: Agradeço, é o primeiro, mas vai ter outro se Deus quiser, a gente vai melhorando cada dia. [00:27:19] Speaker C: No momento, inclusive, as investigações continuam, as buscas continuam, que é o mínimo que. [00:27:23] Speaker B: A gente pode fazer. Inclusive, se o senhor puder responder, que um desses bandidos que tombou nesse confronto, que o policial Márcio, Márcio, né? Maurício? Márcio. Márcio. acabou tombando o sargento, ele seria um dos envolvidos naquele roubo ao Banco Central, ele já tinha uma vasta ficha criminal, que a princípio eles não tinham sido identificados, estavam documentos ali estranhos, mas um deles acho que foi identificado que seria um desses. Isso chegou a... É verdade? [00:27:54] Speaker C: Chegou a ventilar ou não? [00:27:55] Speaker B: Tá em apuração ainda. [00:27:56] Speaker C: Isso aí é melhor a gente não... [00:27:57] Speaker B: Não entrar nessa... Coronel, eu agradeço o senhor pela... pela presteza, primeiro agradeço pela paciência, além de tudo. Agradeço ao Capitão Santos. Conto com vocês, pra gente estar aqui trazendo informações, a gente vai trazer a Polícia Civil, pretende trazer a Polícia Rodoviária, Corpo de Bombeiros, todas as organizações ligadas à segurança pública, pra justamente trazer ali os resultados das suas operações, né? E também trazer dicas de segurança. Hoje foi um bate-papo mais solto, porque justamente é o primeiro, a gente não tinha muita ideia da dinâmica. É, mas eu agradeço o senhor e a gente não vai faltar oportunidade, eu gostaria muito de uma próxima, inclusive trazer a situação do batalhão de trânsito que foi aberto aqui em Alaraquara, todos os resultados, isso tudo a gente vai ter que deixar pra uma próxima, porque hoje a gente até estourou o horário da gente aqui, agradeço, o bate-papo foi tranquilo, achei que foi suave pra gente aqui, pelo menos pra mim foi muito bom. [00:28:54] Speaker D: É, conversa gostosa. [00:28:55] Speaker C: Aparecedora. Como eu disse, eu que agradeço. Estamos à disposição. A gente fica lisonjeado com o convite pro seu primeiro. Espero que seja o primeiro de muitos. Estamos à disposição, é mais uma forma de nós estarmos conversando com a nossa querida comunidade e podermos estar prestando um pouco de contas e mostrando um pouco do nosso trabalho. [00:29:16] Speaker B: Agradeço, coronel. O senhor quer fazer alguma consideração final? [00:29:19] Speaker D: Também, muito obrigado pelo convite, pela disposição, principalmente por seu primeiro programa. Ficamos, de fato, lisonjeados. E também é sempre um prazer poder esclarecer, mostrar para a população um pouquinho do que a gente faz, às vezes até nos bastidores, de como a gente se esforça o máximo possível para poder prestar o melhor serviço que a gente pode para a comunidade. [00:29:43] Speaker B: Agradeço. [00:29:44] Speaker C: Eu sei que você falou do tempo estar estourado, mas fica até de ideia para próximos programas. Cada tópico desse que eu vou falar aqui dá para fazer um programa. Hoje, além do policiamento ostensivo, Marcelo, nossos queridos ouvintes, além do policiamento ostensivo que nós realizamos, dos atendimentos, de todos os tipos de ocorrência, da mediação de conflito, do atendimento de todos os problemas da sociedade, hoje aqui no 13º nós desenvolvemos a Ronda Rural. Dá pra gente falar disso aí. É bem legal. As pessoas do campo, as pessoas da área rural, não têm o mesmo acesso aos serviços públicos das pessoas que estão na cidade. Então, é um público que a gente tem muito carinho e muito respeito. Nós desenvolvemos, como foi dito aqui, a gente falou um pouquinho da Patrulha Maria da Penha. Nós fazemos as visitas solidárias das vítimas de crimes pra tentar obter umas informações que possam subsidiar ali a inteligência do policiamento. Nós realizamos a... A fiscalização, falamos um pouquinho aqui, dos setenciados que estão cumprindo medidas cautelares. Nós temos os programas de vizinhança solidária nos bairros. Seria legal dar pra gente falar também bastante coisa. Nós temos um programa que é nosso xodó, Menina dos Olhos, que é o programa Educando para o Trânsito. É o programa Cidade Mirim, com as crianças, onde a gente recebe as crianças ali nas dependências do batalhão. E elas têm uma aula teórica de trânsito e uma aula prática de trânsito. Nós temos uma cidade miniaturizada, onde eles andam de bicicleta, é bem legal. E nós temos o Proerd também, que faz um trabalho aí há anos, já formou. muita, muita, muita criança para ter a resistência à droga. Então, são várias. Só aproveitar a oportunidade para deixar registrado tudo o que nós estamos tentando fazer. E cada, como eu disse, acho que cada um desses dá para a gente vir conversar com você no futuro. Já estou vendendo o nosso jabá para voltar aqui para conversar. [00:31:43] Speaker B: É que a mídia, no geral, geralmente critica muito, fala de inteligência, inteligência, inteligência. O ProErg é um processo de inteligência. A Cidade Mirim é um processo de inteligência. Vocês trabalham a criança para que ela não cometa lá na frente investimento. A gente agradece mais uma vez. Agradeço vocês que nos acompanharam até agora. Esse é o Papo de Polícia. E a gente promete voltar aqui com novidades toda semana. Um abraço a todos vocês. [00:32:12] Speaker A: Fatos policiais, os bastidores da polícia, os detalhes por trás das investigações. Papo Policial.

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